No regresso a casa da reunião fiz o que sempre faço, questionei-me. O que estivemos a fazer esta noite? Teve algum proveito?
Surpreendi-me com os pensamentos que a estrada me despertou.
Posso afirmar sinteticamente que estivemos todos a fazer flores, mas terá sido só isso?
Quem concorda que foi só isto pode ficar por aqui pois tudo o que se segue não tem sentido e não deixa de ser simples poesia.
Mas o facto é que ao questionar-me eu não parei de pensar, por isso se quiserdes chamai-me “poeta”.
Na minha opinião onde mais se expressa o espírito escutista é no fogo de conselho.
Senti que hoje vivemos um “fogo de conselho” especial.
Tivemos todos sentados ao redor de uma “fogueira”.
Todos apresentamos o nosso número (partilha de experiências de vida).
Muita animação.
Também não faltou o “animador” do fogo de conselho (o Francisco).
Parece que apenas faltou uma coisa fundamental – o fogo.
Para avivar a fogueira costuma-se cantar: “Sobem as chamas, sobem as chamas, mais alto, mais alto, alumiam e aquecem nossas vidas nossas almas”.
Não concordais que lentamente “as chamas” foram subindo? Más-línguas afirmam que ultrapassaram as trezentas. Com a sua subida não aumentava em vós a vontade de as fazer subir ainda mais? Afinal tivemos fogo e alguns partilharam até estar “viciados” em fazê-lo subir…
- Chamas? Podeis perguntar.
O que faz uma chama?
Ela aqueça e alumia!
E uma flor?
Quantos corações não se irão aquecer ao receber aquela flor? Fala-se em 400, eu diria mais…
Sendo assim:
Não passamos a noite a fazer flores mas “pequenas chamas”.
E um coração “quente” não sorri? Então passamos a noite a fazer “pequenos sorrisos”.
E um sorriso não provoca outro sorriso? Então passamos a noite a criar momentos de alegria.
E um coração alegre não é um coração que se sente amado? Então estivemos a fazer pequenos “gestos de amor”.
Quando terá sido a última vez que estas pessoas receberam um gesto de amor?
Quantos não irão inspirar-se e levar este gesto de amor (esta chama) para os doentes com quem vão lidar? Afinal sorriso desperta sorriso e no sofrimento da doença sorrir é meia cura.
Pelo meu quarto já passaram muitas flores. Algumas bonitas, outras simplesmente caras e outras simplesmente flores. As únicas que ainda reservo diante da minha secretária são as que fizemos no S. Jorge.
Porquê? Porque são mais que papel e pau. Quem de vós não tem uma guardada? Ah, então afinal eu não sou o único “poeta”.
Como podeis ver com um pau de espetada e algum papel conseguiremos mudar sentimentos de centenas de pessoas. Isto não é bom, é muito bom.
Terá sido esta noite uma simples noite onde estivemos a fazer flores?
“
EU EXEMPLO D(E) MUDANÇA”. Se com tão pouco vamos conseguir mudar tanto, acho que esta noite foi uma noite à boa maneira CUPiana onde não deixou de estar presente o objectivo anual.
Surpreendidos?
Para alguns não será mais que uma questão de ponto de vista.
Para os “poetas”, como eu, foi mais uma boa oportunidade de deixar o mundo um pouco melhor do aquele que encontramos.
Para concluir digo apenas isto:
“Afinal, em tempos de crise ainda conseguimos ver alguns jardins a florir. Que o nosso jardim fique mais colorido ao colorir o dos outros”.
Obrigado a ti Inês e à PUPS. Mal sabíeis vós o “incêndio” que ias causar.
“
Sobem as chamas, sobem as chamas…”
Renato Poças
Cão Pastor